MC´s e poetas da região imprimem digital da cultura local no cenário artístico nacional e mundial
Crédito foto: Felipe Vieira/Instituto Macunaíma
Palco de manobras radicais e muito RAP, a pista de Skate da praça Cristo Reina, é também uma vitrine para o talento cultural do Barreiro. MC´s e poetas imprimem a digital do Barreiro no cenário artístico nacional e internacional. Segundo a produtora Letícia Barbosa, 21, a Fox, muitos moradores da região que começaram de forma amadora, mas hoje são profissionais respeitados.
“Na pista de Skate, a gente tem competidores de Slam (competições de origem estadunidense de poesia falada que acontecem no mundo inteiro) que já representaram o Brasil na França, levando a arte do Barreiro para as ruas de Paris. Essa é a importância do que fazemos”, celebra Fox.
Ela conta que nas edições de 2017 e de 2018 do Duelo Nacional de MCs, competição mais renomada do cenário brasileiro de batalhas de rima, dois artistas do Barreiro já disputaram a final do evento: o MC Drizzy, em 2017 e, o MC NG, em 2018. “Ambos ficaram em segundo lugar, mas conquistaram muita visibilidade e, frequentemente, são convidados para participarem de batalhas em outros estados”, observa.
Atualmente, um dos artistas mais promissores da Batalha Clandestina é o MC Dino. Campeão de diversas edições, ele conquistou a batalha pela primeira vez, em 2018, ano em que estreou no evento. Como Dino mesmo conta, já é considerado um dos “queridinhos do Barreiro”.
“A Batalha Clandestina sempre foi o maior desafio da região. Tentei ganhar tudo que podia, antes de rimar pela primeira vez lá e, deu certo. Na primeira vez que rimei, ganhei, bem antes dos meus amigos me “zuarem”, falando que sou o queridinho do Barreiro”, comemora.
Mulheres arrasam na pista
O talento das mulheres também encontra espaço nas batalhas. A MC Nega Ruiva é a maior campeã da Batalha Clandestina. A poeta Joy Gonçalves é uma das estrelas reveladas na pista de skate. Ela é autora de cinco livros que retratam a beleza das poesias marginais no cotidiano e sonhos dos jovens nas periferias. Inquieta, a artista não para. Em 2020, participou da construção do livro “Ócios no Ofício”, obra que reuniu trabalhos de mais de 50 poetas marginais.