Há quase 30 anos, belo-horizontinos lutam pela obra de expansão
Crédito foto: Facebook senador Carlos Viana
Já é quase uma lenda urbana. Há quase três décadas, os belo-horizontinos escutam a promessa de construção de uma linha de metrô para ligar o Barreiro ao bairro Calafate, região Oeste da capital. Chamada de Linha 2, com 10,5 km de extensão e seis estações já executadas, para a obra sair do papel, será necessário um aporte inicial de R$ 1,2 bilhão. O motivo da espera é um jogo de empurra entre o município, o estado e o governo federal que não se entendem sobre quem deve arcar com os custos, também não entrando em consenso sobre quanto cada um deve contribuir.
A novela da Linha 2 ganhou um novo capítulo em setembro do ano passado, quando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou, pelo Twitter, que parte do dinheiro da multa aplicada pela União contra a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), calculada em pouco mais de R$ 1,2 bilhão, será utilizada nas obras do metrô que ligarão o Barreiro ao Calafate. O anúncio da transferência de recursos feito pelo presidente foi reforçado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, mas o repasse da verba previsto para ocorrer até o final de 2020, ainda não saiu.
Os recursos estão retidos, devido a um impasse entre municípios da região metropolitana de Belo Horizonte, do interior mineiro e do Rio de Janeiro que brigam na Justiça para receber esses recursos. A União decidiu encaminhar o dinheiro para o Tesouro até o fim da ação, porém, a briga pela verba pode ter outro round. senador Carlos Viana (PSD), no entanto, acredita que a privatização do metrô da capital mineira, gerido pela CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), pode garantir os recursos necessários para a obra. O novo modelo para a privatização de Belo Horizonte é baseado na separação da CBTU-MG da CBTU nacional. A operação precisa ser aprovada pelo Ministério da Economia, o que ainda não aconteceu.
Na opinião do senador, com a aprovação, os recursos gerados pela privatização somados aos oriundos de parte da indenização que Companhia Vale do Rio Doce pagará ao governo mineiro pelos danos causados pela tragédia de Brumadinho, permitirão a conclusão das obras. “A ampliação dessa linha é muito importante. O metrô de Belo Horizonte transporta, em média, 200 mil pessoas diariamente. Poderemos passar para 380 mil”, afirmou